Seca e políticas federais desestimulam a Usina Paineiras e os pequenos agricultores

No litoral Sul capixaba, que depende em grande parte da cultura da cana-de-açúcar, a safra da única usina de açúcar e álcool da região, neste ano, foi 75% menor do que a possível. Segundo a Usina Paineiras, apesar da sua capacidade ser de moer 1,2 milhões de toneladas de cana, só 285 mil foram processadas na safra encerrada dia 4.

Responsável por cerca de 15.000 empregos diretos e indiretos, a empresa atribui a maior parte desse resultado à estiagem que arrasou grande parte das lavouras dos municípios de Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy.

“Nossa região tem mais de 500 agricultores familiares, quase todos dedicados exclusivamente ao cultivo da cana. Entre eles, a quebra na produção foi de 90%. A maior parte da cana que a usina moeu, desta vez, foi própria. E houve queda na qualidade da cana, devido às variações do clima, reduzindo muito a produtividade”, informa o diretor de Negócios da Usina Paineiras, Antonio Carlos de Freitas.

Uma grave crise no setor, no entanto, têm se alastrado há anos. Além das estiagens, há especialmente a política federal de controle do preço de combustíveis, que impede até mesmo o repasse dos aumentos dos custos de produção tanto para os agricultores, quanto para as usinas, ainda segundo o diretor da Usina Paineiras.

“Para amenizar essa crise, as lideranças do setor sucroalcooleiro de todo o Brasil têm estimulado o governo federal a elevar a Cide, que é uma contribuição sobre o consumo de petróleo, para estimular o consumo de etanol e gerar receita para os deficitários caixas da União e dos estados. E, em nível estadual, buscamos que o ICMS sobre o comércio de etanol hidratado seja reduzido, conforme realizado recentemente por vários outros estados, para voltar a estimular o cultivo da cana e a produção de açúcar e álcool, favorecendo as indústrias e a geração de empregos”, resume Antonio Carlos de Freitas.

 

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