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Marcelo Collet fala das mudanças após acidente aos 17 anos e sua sede por desafios

Nada impediu Marcello Collet de construir sua carreira no esporte: nem o acidente que sofreu aos 17 anos, deixando sua perna esquerda sem movimentos do joelho para baixo. O triatleta paralímpico vem de Salvador (BA) para contar sua história motivadora durante o 5º Diálogo Aberto, evento promovido pela Unimed Sul Capixaba, nesta terça-feira (19), no Jaraguá Tênis Clube, em Cachoeiro de Itapemirim (ES).

Superar

Superação é o tema escolhido pela Unimed Sul Capixaba para o Diálogo Aberto com representantes dos 11 projetos sociais apoiados pela cooperativa. O objetivo do evento é aproximar as entidades e contribuir, ainda mais, com o trabalho realizado por elas através do debate de ideias e experiências relevantes, como a de Marcello Collet. Confira, agora, entrevista exclusiva com o triatleta paralímpico.

O que aconteceu no acidente em 1998?

Marcello Collet – Tinha 17 anos quanto fui atropelado, enquanto treinava para o meu primeiro campeonato mundial de triatlo. Passei por algumas cirurgias, mas perdi o movimento e a sensibilidade da perna esquerda do joelho para baixo.

Pensou em abandonar o esporte?

Marcello Collet – Nunca. Sempre fui fascinado por esporte, e abandonar jamais seria uma opção. Porém, por recomendações médicas, passei a me dedicar exclusivamente à natação (que, aliada a sessões de fisioterapia, contribuiu muito para a minha recuperação). Mas, sem dúvidas, o acidente me fez repensar a vida e valorizar as pequenas coisas, como o simples movimento de um dedo.

Como foi mudar do esporte para o paradesporto?

Marcello Collet – Até então, conhecia muito pouco a respeito do paradesporto. Mas logo encontrei nele uma excelente oportunidade de ascensão na carreira de atleta. Comecei a treinar dois meses depois do acidente, e em 2001 participei pela primeira vez de uma competição mundial paralímpica.

De onde surgiu a ideia de atravessar o Canal da Mancha? E como foi essa experiência?

Marcello Collet – O desafio foi uma busca própria por superar limites. Na verdade, nem sabia que seria o primeiro atleta paralímpico a realizar a travessia. Fiz o percurso, que vai da Inglaterra até a França, em 10 horas, 6 minutos e 40 segundos. O frio foi o principal adversário, além das dores musculares – mas eu estava muito focado. Foi uma experiência maravilhosa, e pretendo realizar outras parecidas.

Quantas medalhas e títulos já conquistou para o Brasil?

Marcello Collet – Nove medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de 2003 (Argentina) e 2007 (Brasil), sendo duas de ouro e duas de prata. Além do vice-campeonato mundial de triatlo pela categoria TR5, para pessoas com algum tipo de lesão nas pernas do joelho para baixo.

Qual é o próximo objetivo?

Marcello Collet – Já consegui voltar a treinar corrida e ciclismo para disputar provas de triatlo, e o próximo objetivo, sem dúvidas, é conquistar ouro na Paralimpíada em 2016, no Rio de Janeiro.

Na sua opinião, o Brasil investe adequadamente no paradesporto? 

Marcello Collet – Ainda falta estrutura para treino, mas felizmente contamos com a apoio da iniciativa privada, através de patrocínios como o da Unimed Brasil e da Unimed Seguros na construção do Centro de Treinamento Unimed Superar, no Rio de Janeiro, o primeiro do Brasil para esporte e paradesporto, que vai ser entregue no ano que vem. Essa estrutura representa um grande passo, principalmente, porque vai ajudar na formação e na preparação de centenas de atletas do país.

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