Clima melhor desde 2017 é a principal causa da melhoria

Na safra que começa no próximo dia 4 de maio, a Usina Paineiras planeja moer 52% mais cana-de-açúcar do que em 2017. A indústria de Itapemirim (ES) – uma das maiores empresas capixabas e âncora regional de 15.000 empregos – se prepara para processar 700 mil toneladas da matéria-prima, ante 460 mil de 2017.

Assim, terá o melhor desempenho em quatro anos, desde que um longo de período de estiagem começou a afetar gravemente o cultivo da cana-de-açúcar no litoral Sul capixaba. Em 2014, foram processadas pela usina 780 mil toneladas da matéria-prima; depois, com a estiagem, foram apenas 286 mil em 2015 e 480 mil em 2016.

“Depois de quatro anos, a expectativa é boa, a safra deve ser bem melhor. Na entressafra, houve um plantio grande de cana, tivemos um clima muito bom desde abril de 2017, e as lavouras estão bem tratadas. Teremos boa produtividade e qualidade. E temos a esperança de, em seguida, voltarmos a ter safras normais”, comemora o diretor de Negócios da Usina Paineiras, Antonio Carlos de Freitas.

A capacidade da Usina Paineiras – que em 2018 completa 106 anos de fundação e e atividades ininterruptas – é de processar 1.200 toneladas de cana-de-açúcar, produzindo 1,2 milhões de sacos de 50 quilos de açúcar e 57 mil litros de etanol. Mantido o atual cenário, essa capacidade pode voltar a ser alcançada em três anos.

Reduzir o ICMS para o RenovaBio

Sempre atenta às oportunidades de desenvolvimento da cultura sucroalcooleira no Sul do estado, a Usina Paineiras tem buscado, junto ao governo estadual, uma mudança que permita ao Espírito Santo aproveitar o recém-criado RenovaBio: a redução do ICMS capixaba sobre a produção do etanol, que hoje está em 27%, sendo em Minas Gerais 16%, em São Paulo 12% e, no Rio de Janeiro, 24% (que, por força de um programa de incentivo, pode se tornar 2 por cento!!!).

“O ICMS é muito alto para atrair investimentos do RenovaBio, programa que acaba de ser sancionado pelo presidente da República, Michel Temer, para dobrar a produção de etanol no Brasil até 2030. Buscamos sensibilizar a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), com apoio do secretário de Estado de Agricultura, Octaciano Neto, mas ainda não tivemos sucesso”, afirma o diretor Antonio Carlos.

Um dos impactos diretos dessa redução seria no incentivo à produção de cana-de-açúcar no litoral Sul, região onde cerca de 500 pequenos produtores rurais atuam em sistema de agricultura familiar produzindo quase exclusivamente cana-de-açúcar. A atividade deles junto da Usina Paineiras é a segunda mais importante da região (atrás apenas do turismo), segundo a CDL de Itapemirim e Marataízes.

“A redução do ICMS do etanol contribuiria muito para fixar essas famílias no campo, com mais renda e qualidade de vida, gerando novos empregos na lavoura, pois elas podem contar com o valor agregado à sua matéria-prima oferecido pela Usina Paineiras. Também permitiria ao Espírito Santo contribuir muito mais com a produção de energia limpa e renovável, em um modelo que tem já o Brasil como referência mundial e é desenvolvido há pelo menos dois séculos na nossa região. Além disso, o aumento da produção retornaria em mais impostos a serem arrecadados tanto pelo estado, quanto pelos municípios (em Minas Gerais, em 2015, quando houve uma redução do ICMS para 14%, a produção de etanol saltou de 750 milhões de litros para dois bilhões de litros). Por isso, vamos continuar apelando à Sefaz para a mudança no ICMS”, ressalta o diretor de Negócios da Usina Paineiras.

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