S0016453 - REDUZIDA

Em todo o país, os casqueiros produzidos em pedreiras e serrarias são resíduos quase sem aproveitamento, gerando custos ambientais e econômicos para as empresas e para a sociedade. Mas uma solução inovadora para esse desafio já é realizada, desde junho, pela Associação Ambiental Monte Líbano (Aamol), em Cachoeiro de Itapemirim (ES).

Investindo cerca de R$ 500 mil, a Aamol desenvolveu uma tecnologia com um britador para transformar os casqueiros em insumo de qualidade para obras de infraestrutura da construção civil. São produzidas brita 0, brita 1 e brita em pó.

Para garantir que os novos produtos atendem às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), um convênio com o Cetem (Centro de Tecnologia Mineral, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) está especificando os novos insumos e, em seguida, vai oferecer treinamento às 75 empresas associadas à Aamol.

“Nem tudo poderá ser transformado em brita. O mármore, por exemplo, não pode ser misturado ao granito, pois não tem a mesma resistência necessária às obras de infraestrutura”, explica Fabrício de Athayde Rocha, diretor executivo da Aamol.

A associação já está recebendo e processando os casqueiros de 20 empresas, produzindo 35 metros cúbicos de brita por dia. A estimativa é de que os associados produzam cerca de 1.500 metros cúbicos de casqueiro por mês.

“O Espírito Santo tem mais de 20 aterros licenciados para acolher os resíduos do processamento das rochas, mas a Aamol é o único a continuar a desenvolver a reinserção desses resíduos em processos produtivos. Além de ser o mais adequado à Política Nacional de Resíduos, gera benefícios tributários e ambientais às empresas associadas”, afirma André Araujo, advogado especialista em Direito Ambiental do escritório Ramos – Araujo Advogados, que atende a Aamol desde a sua fundação.

A Aamol já é referência internacional por ter desenvolvimento o reaproveitamento, em escala industrial, da Lama do Beneficiamento das Rochas Ornamentais (LBRO). Além de estar patenteando a solução, a associação realiza os últimos estudos para definir como vai custear a construção da fábrica de argamassa para reaproveitar a LBRO que recebe de seus associados. A fábrica será construída na área da própria associação.

“Estas soluções vão gerar novas receitas para a Aamol, inclusive porque ela desenvolve todo o modelo de negócio de reaproveitamento, o que pode em seguida ser vendido para outras associações que, no futuro, tendem a ter cada vez mais restrições para conseguir áreas para apenas aterrar os resíduos do beneficiamento das rochas ornamentais”, destaca o advogado André Araújo.

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