Registros tardios também aumentaram, explicando o número de óbitos
O número de registro de mortes por aids no Sul do Estado, neste ano, já é quase o dobro do total do ano passado: foram 39, até novembro, ante os 22 registrados em 2012, no Centro de Referência em Infectologia Abel Santana (Crias), cuja sede fica em Cachoeiro de Itapemirim (ES).
Essa constatação é ainda mais importante neste domingo (01), em que se celebra o Dia Internacional de Luta contra a Aids. Afinal, mais da metade dessas mortes (24) foram de pessoas que só tomaram conhecimento da doença quando ela estava em estágio avançado, informa a médica infectologista do Crias, Patrícia Vivyanne da Gama Cotta e Silva.
“O HIV já é um vírus totalmente controlável. Mas, muitos demoram a procurar a assistência, para diagnosticar a infecção pelo HIV e evitar a evolução para a aids, que por sua vez só acontece quando grande parte das células de defesa estão destruídas”, explica a especialista.
A demora para a identificação e o tratamento da aids é a principal causa do aumento do número de óbitos. Por outro lado, o aumento do número de casos registrados – que passou de 102 (em 2012) para 130 (de janeiro a novembro deste ano) – deve-se ao trabalho de maior identificação de pacientes realizado pelo Crias (que hoje tem cerca de 900 pacientes cadastrados na região Sul).
Grupo de risco?
Hoje não há mais grupos de risco. Há, isto sim, comportamentos de risco. “Heterossexuais, hoje, têm muito mais chances de ter aids, porque muitos não se consideram em grupo de risco. Mas o principal é prevenir o comportamento de risco, como, especialmente, evitar relação sexual sem proteção”, explica a médica infectologista Patrícia Vivyanne da Gama Cotta e Silva.
Com quem contar?
Quem quer saber se foi contaminado com aids pode procurar o Centro de Testagem e Aconselhamento do Crias, que fica bem próximo da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim. Lá também há Serviço de Assistência Especializada, para o atendimento público aos portadores de doenças infecciosas, com equipe formada por profissionais de medicina, enfermagem, assistência social, psicologia e farmácia. O Crias também realiza palestras em escolas e empresas, além de outras ações de conscientização preventiva.
Atendimento na praça
Para fortalecer a conscientização a respeito da aids, o Crias vai realizar atendimentos na praça Jerônimo Monteiro ao longo de toda esta semana. Outras informações nos telefones 3155-5387 e 3511-8246.